Obra escolhida para o Desafio Literário de Janeiro
Autor: Lewis Carroll
Editora:Zahar
Autor: Lewis Carroll
Editora:Zahar
Ano: 2010
páginas: 315
Juntos naquela tarde dourada
Deslizávamos em doce vagar,
Pois eram braços pequenos, ineptos,
Que iam os remos a manobrar,
Enquanto mãozinhas fingiam apenas
O percurso do barco determinar.
Ah, cruéis Três! Naquele preguiçar,
Sob um tempo ameno, estival,
Implorar uma história, e de tão leve alento
Que sequer uma pluma pudesse assoprar!
Mas que pode uma pobre voz
Contra três línguas a trabalhar?
Imperiosa, Prima estabelece:
"Começar já"; Enquanto Secunda,
Mais brandamente, encarece:
Pois eram braços pequenos, ineptos,
Que iam os remos a manobrar,
Enquanto mãozinhas fingiam apenas
O percurso do barco determinar.
Ah, cruéis Três! Naquele preguiçar,
Sob um tempo ameno, estival,
Implorar uma história, e de tão leve alento
Que sequer uma pluma pudesse assoprar!
Mas que pode uma pobre voz
Contra três línguas a trabalhar?
Imperiosa, Prima estabelece:
"Começar já"; Enquanto Secunda,
Mais brandamente, encarece:
"Que não tenha pé nem cabeça!"
E tertia um ror de palpites oferece,
Mas só um a cada minuto.
Depois, por súbito silêncio tomadas,
Vão em fantasia perseguindo
A criança-sonho em sua jornada
Por uma terra nove e encantada,
A tagalerar com bichos pela estrada
- Ouvem crédulas, extasiadas.
E sempre que a história esgotava
Os poços da fantasia,
E debilmente eu ousava insinuar,
Na busca de o encanto quebrar;
''O resto, para depois...'' ''Mas já é depois!''
Ouvia as três vozes alegres a gritar.
Foi assim que, bem devagar,
O País das Maravilhas foi urdido,
Um episódio vindo a outro se ligar.
E agora a história está pronta,
Desvie o barco, comandante! Para casa!
O sol declina, já vai se retirar.
Alice! Recebe este conto de fadas
E guarda-o, com a mão delicada,
Como a um sonho de primavera
Que à teia da memória se entretece
Como a guirlanda de flores murchas que
A cabeça dos peregrinos guarnece.
E tertia um ror de palpites oferece,
Mas só um a cada minuto.
Depois, por súbito silêncio tomadas,
Vão em fantasia perseguindo
A criança-sonho em sua jornada
Por uma terra nove e encantada,
A tagalerar com bichos pela estrada
- Ouvem crédulas, extasiadas.
E sempre que a história esgotava
Os poços da fantasia,
E debilmente eu ousava insinuar,
Na busca de o encanto quebrar;
''O resto, para depois...'' ''Mas já é depois!''
Ouvia as três vozes alegres a gritar.
Foi assim que, bem devagar,
O País das Maravilhas foi urdido,
Um episódio vindo a outro se ligar.
E agora a história está pronta,
Desvie o barco, comandante! Para casa!
O sol declina, já vai se retirar.
Alice! Recebe este conto de fadas
E guarda-o, com a mão delicada,
Como a um sonho de primavera
Que à teia da memória se entretece
Como a guirlanda de flores murchas que
A cabeça dos peregrinos guarnece.

Não estava esperando tudo aquilo que descobri depois que li. Acreditava que Alice não passava de mais um livro de contos de fadas, com mais uma criança bobinha e inocente.
Estava enganado. Apesar de completamente nonsense, não pude deixar de rir com o desenrolar das peripécias de Alice, dos seus comentários, sua teimosia e atrevimento, e de me identificar com alguns de seus hábitos.
Acredito que um dos momentos de que mais gostei, foi quando Alice se encontra com o Chapeleiro, a Lebre de Março e o Caxinguelê, e em determinado momento eles discutem sobre o tempo.
Esperava, é que o pequeno buraco pudesse levá-la a uma realidade totalmente diferente, povoada por animais que falam e criaturas peculiares.
Não pude deixar também, de refletir com muitos dos diálogos dos personagens, o que me leva a crer que este é um livro além da literatura infantil.
“Mas não quero me meter com gente louca, Alice Observou.
Oh! É inevitável, disse o Gato; ou não teria vindo parar aqui.
Como sabe que sou louca?, perguntou Alice.
Só pode ser, respondeu o Gato, ou não teria vindo parar aqui.”
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