por Kelvin Yamaguti
Obra escolhida para o Desafio Literário de Janeiro
Autor: George R. R. Martin
Editora: Leya
Ano: 2012
páginas: 872
Confesso que sempre passei longe das
prateleiras de literatura fantástica, seja por que nunca me despertou interesse,
seja porque sempre achei que o drama humano, da vida real, trouxesse histórias
mais densas e interessantes. Ledo engano.
Posso dizer que meu preconceito com
relação ao gênero foi varrido de vez com a série “Crônicas de Gelo e Fogo” de George
R.R. Martin. Talvez por que o autor tenha sido extremamente habilidoso em harmonizar
os elementos fantásticos da narrativa com a densificação dos conflitos internos
de seus personagens (muito embora, muitos deles não sejam humanos no sentido
literal da palavra).

A despeito das mais de 800 páginas do
livro, a leitura é bastante fluida. A opção narrativa de Martin em atribuir
cada capítulo às percepções de um personagem (os chamados “PDV” – Pontos de
vista), torna a trama rápida e instigante. Em “A Dança dos Dragões” a história é essencialmente narrada desde as
perspectivas de Daenerys Targaryen, Jon Snow, Tyrion Lannister e Bran Stark, o
que, por si só, torna a leitura instigante, já que se tratam, creio eu, dos
personagens mais populares da série.
O que mais impressiona em Martin é a
sua capacidade de frustrar expectativas, de guiar o leitor por um caminho para,
logo em seguida, mudar todo o rumo do enredo. Aliás, ao longo da leitura dos
livros da série, é possível perceber que uma das maneiras (sádicas) adotadas
pelo autor para a manutenção da imprevisibilidade da série é a retirada de
personagens, pelos quais você nutriu vínculos, do tabuleiro.
Esqueça aquela história de que
personagens principais são intangíveis à morte. Já disse Cersei Lannister “Quando se joga o jogo dos tronos, você
vence ou você morre. Não existe meio-termo”.
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