por Pri Fernandes
Obra escolhida para o Desafio Literário de Janeiro
Autor: L. Frank Baum
Editora: Zahar
Autor: L. Frank Baum
Editora: Zahar
Ano: 2013
páginas: 223

“Dorothy vivia no meio das grandes pradarias do Kansas, com seu tio Henry, que cuidava de uma fazenda, e a tia Em [...]”. Assim inicia a história da pequena Dorothy, que vivia numa região cinzenta, triste e em situação precária sob a guarda de seus tios e com seu cachorrinho, Totó.
Mesmo quem nunca tenha assistido ao famoso filme que tornou Judy Garland em uma jovem estrela, sabe vagamente da história: um ciclone misterioso leva a garotinha e seu cachorro para bem longe de seus tios.
Em sua jornada, Dorothy encontra
com Espantalho, o Homem de Lata e o Leão, que passam a acompanhá-la para também
se encontrarem com o grande Oz e conseguir realizar seus desejos. Nessa longa
viagem, os quatro amigos enfrentam perigos, aventuras, desafios e seus próprios
medos, mas que se descobrem a si mesmos e o verdadeiro valor que cada um possui.
***
Logo na apresentação da obra lê-se:
“O Mágico de Oz está para os Estados Unidos, assim como Alice no País das
Maravilhas está para a Inglaterra, ou os contos dos irmãos Grimm para a
Alemanha”. Publicada em 1900, esta obra foi de grande importância para a época,
e embora seja muito comparado à de Lewis Carroll, Baum não gostava do nonsense que era Alice. Contudo, gostava
do enredo sempre agitado, em que aconteciam coisas diferentes, o que deixou
milhares de crianças encantadas pela obra de Carroll. Foi assim que o escritor
norte-americano se inspirou para criar a terra de Oz.
Com um quê de contos de fadas, O
Mágico de Oz possui personagens bem estruturados, com aspectos quase que
totalmente humanos. Se juntássemos os três amigos de Dorothy, podemos
reconhecer os medos que temos de sermos incompletos: será que somos
inteligente, bons e corajosos o bastante para seguirmos adiante?
A história em si é muito leve e
divertida, embora a obra tenha um pouco mais de 200 páginas, se você tiver
tempo, é uma leitura para um dia. Como a história é voltada para o público
infanto-juvenil, os diálogos procuram trazer reflexão sobre o assunto e até
posso dizer que tem um fundo de moral. Fiquei encantada com o personagem do
Espantalho, pois apesar de ser quem supostamente não tem cérebro, é dele as
melhores frases e ideias.
O trecho que mais me fez pensar
foi o diálogo entre Dorothy e Espantalho, no qual este não entende como a
menina pode querer voltar para um lugar tão feio, seco e triste como é o lugar
que ela descreve como lar, sendo que tem uma terra linda e maravilhosa para
desbravar em Oz. Eis que Dorothy retruca:
“– Isso porque
você não tem cérebro. Por mais que nossas casas sejam tristes e cinzentas, nós,
as pessoas de carne e osso, preferimos viver nelas do que [sic] em qualquer
outro lugar, mesmo o mais lindo do mundo.” Então, finaliza com a famosa frase:
“não há lugar como nossa casa!”
Então
Espantalho suspira: “– Claro que não entendo, se as suas cabeças fossem
recheadas de palha como a minha, o mais possível é que todos vocês vivessem nos
lugares mais bonitos, e aí o Kansas ficaria sem nenhum morador. Ainda bem para
o Kansas que vocês têm cérebro.”
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