sábado, 5 de abril de 2014

Resenha: A menina que fazia nevar


Obra escolhida para o Desafio Literário de Março   
Autor: Grace McCleen
Editora: Paralela
Ano: 2013
páginas: 311




Judith Mcpherson é apenas uma menina de 10 anos, criada por seu pai de forma extremamente religiosa, com uma rotina simples e reclusa, em uma casa cheia de lembranças da mãe. Uma mãe que ela nunca conheceu.
Na escola, Judith não tem amigos e sofre bullying, e a única relação social que ela possui são com os demais fiéis da igreja a qual ela frequenta com seu pai, friso aqui que não há crianças.
Como toda criança, Judith possui uma imaginação extraordinária, e isso que lhe ajuda a enfrentar os dias. Com suas sucatas catadas aqui e ali, ela constrói em seu quarto do que chama de Terra Gloriosa, que segundo ela é o paraíso prometido por Deus nos fins dos dias, e lá ela poderá viver feliz ao lado de sua mãe.
Contudo, um dia, Judith descobre que pode fazer muito mais em sua “Terra Gloriosa” que brincar… Ela pode fazer milagres, ou seria uma simples coincidência?

***

O que você faria se descobrisse que Deus (ou assim acreditamos) escolhesse você como instrumento Dele? O que faria se descobrisse que fosse capaz de fazer milagres?
Este livro não é sobre religião, mas sim sobre ter fé e acreditar que milagres acontecem. Quando estamos com medo ou desesperançosos, devemos “olhar para as coisas de um jeito diferente. É incrível como todos os problemas que a gente achava que não tinham solução desaparecem quando olhamos para as coisas a partir de outro ponto de vista” (p. 35).
No início, pensei que o livro fosse seguir uma vertente religiosa, pois nas primeiras páginas tem até um quê de livro de autoajuda, mas a história é envolvente. Até por que a narradora é a própria Judith, o que torna leitor e protagonista muito próximos. Sofremos junto com ela, queremos ajudá-la, torcemos por ela. Por mais que Judith se esforçasse para fazer tudo certo, as consequências eram desastrosas.

Quando concluí a leitura eu fiquei pensando que este livro caiu no me colo por que assim tinha que ser… ele encaixou-se a mim tão perfeitamente no momento em que eu estava, que nem sei como descrever. Não posso dizer que fiquei feliz, pois Judith, mesmo com toda a fé que ela tinha, com todas as boas intenções, também cometeu erros. Todos nós erramos, problema é que mesmo quando temos as melhores das intenções, as consequências de nossos atos são imutáveis.

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