quarta-feira, 2 de abril de 2014

Resenha: Morte Súbida (2)


Obra escolhida para o Desafio Literário de Março 
Autor: J. K. Rowling
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2012 
páginas: 504

*Nota: Já foi publicada uma resenha de Morte Súbita, mas mesmo assim achamos interessante publicar uma nova visão sobre a obra

Barry Fairbrother morre aos 40 e poucos anos e deixa o pequeno vilarejo de Pagford em estado de choque. Barry era participante ativo do lugar, sendo membro do conselho local e treinador do clube feminino de remo do colégio secundário do vilarejo. Após sua morte, começa a briga para ver quem ocuparia seu lugar como conselheiro, e aos poucos cada membro relevante do pacato lugar começa a ser desmascarado pelo Fantasma de Barry Fairbrother, e percebe-se, então, que Pagford não é o vilarejo pacato que aparentava ser à primeira vista.  

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Não leia este livro esperando encontrar a Rowling de Harry Potter. Não leia esse livro se você não gosta de picuinhas políticas e não se sente fascinado por pessoas, e suas atitudes e reações quando enfrentam determinadas circunstâncias. Esse livro é visceral, e as personagens do livro são reais, e mesquinhas, raramente boas e normalmente cruéis. São personagens interesseiros, desafiadores e autênticos em sua inautenticidade (ou, perfeitos, em sua imperfeição, para usar o velho clichê).
O livro se divide em 7 partes: Parte Um (Vacância do Mandato de um Conselheiro), Parte Dois (Comentário Fundamentado), Parte Três (Duplicidade), Parte Quatro (Lunáticos), Parte Cinco (Privilégio), Parte Seis (Pontos Francos dos Grupos Voluntários) e Parte Sete (Combate à Pobreza), e cada capitulo dentro destas partes é contado por um ponto de vista diferente, dando profundidade à história. 
Quando fechei o livro, comparei mentalmente ele à uma tempestade. A primeira parte, seria a calma antes da chuva, e depois disso só podemos navegar na tempestade e esperar pelo melhor. Quando achei que o pior já passou, na parte 6, e comecei a ver a linha prateada que insinua o sol chegando, percebi que estava no olho do furacão (sim, estou misturando minhas metáforas). Esse livro não termina quando ele acaba. Não há finais felizes, ou viveram felizes para sempre simplesmente por que a vida não é assim. E, pra mim, isso apenas demonstra o talento como escritora de J. K. Rowling. 
Agora, apenas confesso que senti falta de um aprofundamento de duas personagens, principalmente: Mary, a viúva de Barry, e Aubrey, que é quase uma lenda viva. Quais as motivações deles? Conhecemos os outros personagens, entendemos seus motivos e pensamentos. Mas Mary, e principalmente Aubrey? Vemos eles pelos olhos de outros. E ainda assim, sinto como se não os conhecesse. Fiquei curiosa também com o destino de Fields, mas, como disse, o livro não acaba quando o fechamos. Ou melhor, acaba, mas a vida, para os habitantes de Pagford continua. Os direitos do livro foram comprados pelo canal de TV BBC1, e uma série está em desenvolvimento. Ainda não há elenco ou número de episódios definidos, mas espera-se que a série estreie ainda em 2014.

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