quinta-feira, 6 de março de 2014

Resenha: A velocidade da luz


Obra escolhida para o Desafio Literário de Fevereiro   
Autor: Javier Cercas
Editora: Biblioteca Azul
Ano: 2013
páginas: 248




Saiba de uma coisa quando você ter este livro em mãos: você irá devorá-lo.
O livro é em primeira pessoa e  temos como mistério a identidade do personagem principal, que não tem seu nome revelado.
Trata-se de um professor que dá aulas na Universidade de Urbanda, próxima a Chicago, onde ele conhece um outro professor misterioso chamado Rodney Falk, que é um veterano norte-americano da Guerra no Vietnã.
O autor, aos poucos, vai construindo uma amizade incerta com este professor, em que a discussão sobre livros pontuam sempre suas divagações, até que um dia o professor revela a Rodney uma de suas vontades: escrever um livro. E quando este lê um pouco da obra a considera um lixo.

"– O que eu quero dizer é que quem sempre sabe aonde vai nunca chega a lugar nenhum, e que a gente só sabe o que quer dizer quando já foi dito. (Rodney Folk ao professor)."

Nas férias de Natal, a Universidade fecha e Rodney convida o prodígio a escritor, porém este recusa por já ter um compromisso. É na volta das férias que há outro mistério: o sumiço de Rodney.
Esse escritor que nutriu uma amizade por Rodney sai em busca de seu paradeiro e na casa de seu pai ele fica sabendo de toda a verdade sobre o passado do filho no Vietnã, pelo menos em partes.

"As coisas que têm sentido não são de verdade. São pedaços de verdades, miragens: a verdade é sempre absurda."

Ao longo do livro, o escritor (e o leitor) tem novas descobertas sobre seu amigo, a publicação de seu primeiro romance e os que o sucederam, a crítica, a aclamação, o que a fama pode trazer ou o contrário.
É um livro fino, de poucas páginas, mas de um conteúdo tão denso...

Recomendo para quem escreve ou pretende escrever um livro.

"– Talvez as únicas histórias que valem a pena contar sejam aquelas que não podem ser contadas."

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