terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Retrospectiva Literária 2013 - parte 7

colaboração da leitora e membro do conselho Tathy Zimmermann



Fazendo uma retrospectiva dos livros que li em 2013, sem incluir livros técnicos ou capítulos de livros que precisei ler a trabalho, esta é a listagem de minhas leituras para diversão, incluindo os que eram metas de leitura do nosso Clube do Livro do Skoob Curitiba.

Os livros não estão na ordem em que os li, sendo que alguns eu li ao mesmo tempo.



1 - A Guerra dos Tronos, George R R Martin

2 - A Fúria dos Reis, George R R Martin

3 - A Tormenta de Espadas, George R R Martin

4 - O Festim dos Corvos, George R R Martin

5 - A Dança dos Dragões, George R R Martin

6 - O Último Reino, Bernard Cornwell

7 - O Cavaleiro da Morte, Bernard Cornwell

8 - Os Senhores do Norte, Bernard Cornwell

9 - A Canção da Espada, Bernard Cornwell

10 - Terra em Chamas, Bernard Cornwell

11 - Morte dos Reis, Bernard Cornwell

12 - O Condenado, Bernard Cornwell

13 - Sangue para o Papa, HQ Bórgias, de Alejandro Jodorowsky, Milo Manara

14 - O Poder e o Incesto, HQ Bórgias, de Alejandro Jodorowsky, Milo Manara

15 - As Chamas da Fogueira, HQ Bórgias, de Alejandro Jodorowsky, Milo Manara

16 - Tudo é Vaidade, HQ Bórgias, de Alejandro Jodorowsky, Milo Manara

17 - A Incrível e Triste História da Cândida Erêndira e Sua Avó Desalmada, Gabriel Garcia Marquez

18 - O concorrente, Stephen King, Richard Bachman

19 - As vantagens de ser invisível, Stephen Chbosky

20 - Silêncio dos Inocentes, Thomas Harris

21 - Entrevista com o vampiro, Anne Rice

22 - Deixe ela entrar, John Ajvide Lindqvist

23 - A menina que não sabia ler, John Harding

24 - O velho e o mar, Ernest Hemingway

25 - O grande Gatsby, Scott Fitzgerald

26 - Carrie, Stephen King

27 - Dr Jivago, Boris Pasternak

28 - O tao da física, Fritjof Capra

29 - Barba ensopada de sangue, Daniel Galera

30 - Cuco, Julia Crouch

21 - O paraíso dos desafortunados, Amanda Hérnandez Marques

32 - Demian, Herman Hesse

33 - Sidarta, Herman Hesse

34 - Atlantis, David Gibbins

35 - O segredo do anel, Kathleen Mcgowan

36 - Sepulcro, Kate Mosse

37 - Heresia, S. J. Parris

38 - O buraco na agulha, Ken Follett

39 - Na toca do leão, Ken Follett

40 - Queda de Gigantes, Ken Follett

41 - Contos de terror e mistéiro, Edgar Allan Poe

42 - Histórias extraordinárias, Edgar Allan Poe

43 - Cemitério de Praga, Umberto Eco

44 - HQ A Revolução Russa, André Diniz

45 - HQ A Revolução Francesa, André Diniz

46 - HQ A Incinfidência Mineira, André Diniz

47 - HQ A Primeira Guerra, André Diniz

48 - Os sofrimentos do jovem Werther, Johann Wolfgang Von Goethe

49 - Rei Arthur, Allan Massie

50 - Revolução dos Bichos, George Orwell



Top 5 – Os melhores do ano


1 - Queda de Gigantes, Ken Follett


Queda de gigantes é o primeiro livro da trilogia O Século de Ken Follett e como os demais livros do autor, envolve uma minuciosa pesquisa histórica, detalhes riquíssimos e um preciosismo brilhante. O livro narra a trajetória de cinco famílias, em países distintos, durante os anos que antecedem a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa, durante e logo após esses episódios. Os personagens fictícios se esbarram, se conhecem e passam por fatos históricos e personagens reais, vendo suas vidas serem afetadas pelos acontecimentos:

A família Williams, moradores de uma cidadezinha de mineradores na Gália, Inglaterra; Gus Dewar, um norte-americano que se envolve diretamente com os acontecimentos internacionais; Os irmãos russos Peshkov, que embarcam em caminhos totalmente opostos, um deles imigrando para os Estados Unidos enquanto outro acaba tendo uma atuação na guerra e na Revolução Russa; Os Von Ulrich, alemães que são arrastados para uma guerra devido à honra de sua nação, aliada do Império Austro-Húngaro; e, os irmãos Fitzherberts, aristocráticos ingleses, que vivem um dilema: enquanto o chefe da família mantém a tradição, a jovem Maud luta pelos direitos femininos de voto e trabalho.

O autor nos carrega dos salões luxuosos até os perigos das minas de carvão, das intrigas dos corredores do poder até as trincheiras da guerra. Com personagens densos e ricos, Queda de Gigantes é uma leitura deliciosa, as 5 famílias e seus descendentes continuam na sequência O inverno do Mundo, que estou ansiosa por ler.



2 - Sepulcro, Kate Mosse


Sepulcro é o segundo livro da trilogia Languedoc, de Kate Mosse e devo fazer um pequeno parênteses - sim, adoro séries, trilogias ou histórias que se complementam!

Embora seja uma trilogia, a história de Sepulcro não é uma continuação do Labirinto, primeiro livro da série, embora ocorram nos mesmos locais e acabem tendo relação entre si. Assim como no Labirinto, no Sepulcro ocorrem duas histórias paralelas, separadas no tempo: No final do século 19 temos as aventuras dos irmãos Léonie e Anatole Vernier enquanto no ano de 2007 a jovem Meredith Martin se vê envolvida nos mesmos perigos que envolveram Léonie e um misterioso baralho de tarô. O livro é envolvente, delicioso, repleto de mistérios que cercam um grande tesouro, que além de outras coisas trazem serenidade e o crescimento pessoal. É um dos meus livros favoritos para a vida toda, e coloco no mesmo baú de preciosidades o Labirinto, da própria Kate Mosse e o Segredo do Anel, que é o terceiro livro dessa lista de melhores do ano.



3 - O segredo do anel, Kathleen Mcgowan


Esse livro caiu em minhas mãos de forma totalmente inusitada: minha mãe o leu e achou que a história tinha tudo a ver comigo ...e ela estava totalmente certa! Eu já havia lido o Labirinto e o Sepulcro de Kate Mosse e estava apaixonada por essas duas histórias e me vi apaixonada pelo Segredo também. A narrativa se passa nos mesmos locais dos livros de Mosse, o Languedoc, no sul da França (região que tenho loucura para conhecer desde que li os 15 volumes de Angélica, de Anne e Serge Golon).

O Segredo do Anel conta as aventuras da jovem Maureen Paschal, uma escritora investigativa que viaja pelo mundo em busca de embasamento para seus livros. Maureen é totalmente cética, embora seu melhor amigo, confidente, primo e irmão de criação, Peter Healy, seja um padre católico.

Em uma de suas excursões, em Jerusalém, Maureen tem estranhas visões e se sente estranhamente atraída por um anel em um antiquário da cidade. Pouco tempo depois, no Languedoc, o nobre escocês Berenger Sinclair surpreende-se ao ver o livro de Maureen, com a foto da autora exibindo o anel comprado em Jerusalém, isso o motiva a convidar a moça para uma temporada no sul da França, viagem que vai envolver Maureen em uma perigosa aventura, repleta de mistérios, suspense e romance, além de levá-la a desvendar o passado enigmático de sua família.

Foi um livro revelador para mim, tanto como historiadora quanto como mulher. É uma leitura que recomendo, por ser instigante, bem escrito, bem pesquisado e surpreendente.



4 – Crônicas de Gelo e Fogo, George R R Martin


Comecei o ano de 2013 lendo o primeiro volume da saga escrita por Martin, A Guerra dos Tronos, e me empolguei de tal maneira que não consegui parar de ler, comprei o próximo antes mesmo de acabar o anterior, só para não correr o risco de terminar um volume sem poder começar o seguinte. Esses livros também estão no rol de favoritos para a vida toda, embora deva confessar que estou decepcionada, triste e, porque não dizer, tremendamente descontente pela demora em sair o próximo volume. Acredito que todos os fãs do Crônicas fazem eco às minhas frustrações nesse sentido.

Tirando esse fato, os livros são densos, bem elaborados, os personagens são ricos, os locais são fabulosos. O autor criou um mundo totalmente diverso, cheio de religiosidade própria, culturas únicas, idiomas e povos. Devo dizer que Martin não tem a genialidade de um Tolkien, mas está bem perto!

Quanto a uma sinopse desses 5 volumes, acredito que existam tantas já escritas, há até uma série de televisão sobre essa história, que eu ocuparia muito espaço para escrevê-la.



5 - Heresia, S. J. Parris


Giordano Bruno foi um monge, filósofo, teólogo, estudioso de magia e cientista italiano, condenado pela Inquisição por defender as teorias heliocêntricas. Foi uma surpresa encontrar esse romance histórico baseado nos anos que ele se refugiou na Inglaterra para fugir da perseguição católica.

No final do século 16, a Inglaterra vivia o reinado de Elisabeth, período conturbado da consolidação da Igreja Anglicana. Católicos são perseguidos, mas atuam nos bastidores para derrubar a rainha protestante. Muitos a consideram uma governante ilegítima e as tramas políticas estão em toda parte. Em meio a esses conflitos religiosos e políticos, Giordano Bruno é recrutado pelo chefe do serviço de espionagem real e enviado a Oxford. Para todos os efeitos, ele está na universidade para defender as teorias de Copérnico em um debate, mas extra oficialmente, em sigilo, deve se infiltrar na rede clandestina dos católicos e descobrir o que puder sobre um complô para derrubar a rainha. Bruno se vê envolvido numa sinistra perseguição. Alguém parece estar determinado a executar uma sofisticada vingança em nome da religião. Mas, afinal, de qual religião?

Envolvido em uma rede de intrigas e traição, o filósofo percebe que às vezes nem mesmo os mais sábios conseguem discernir a verdade da heresia e alguns estão dispostos a matar para defender suas crenças. Assim, mesmo distante do cetro católico, sua vida corre perigo, no lugar que ele julgava seguro de perseguições religiosas. A história é envolvente, escrita de forma gostosa e de fácil leitura, indico para quem quiser.



Os 5 menos – Os piores do ano


1 - Cuco, Julia Crouch


Em minha opinião, esse livro foi o pior de todos. Dos livros lidos em 2013 é o pior, incontestavelmente, mas eu o incluo na lista de piores livros lidos na vida. Eu escrevi a resenha desse livro para esse blog, então não vou me alongar sobre ele, mas a autora tinha um rico material nas mãos e não soube o que fazer com isso.



2 - HQ Bórgias, de Alejandro Jodorowsky e Milo Manara


Série de 4 volumes, sobre a trajetória política do Papa Alexandre VI e sua família, os Bórgias. Decepcionante, é a palavra que encontro para definir a série. Os desenhos são belíssimos, a pesquisa dos cenários foi muito bem feita, mas a história deixa a desejar. O roteirista ficou tão fascinado com as orgias que foram realizadas durante o pontificado de Alexandre que só retratou isso, de uma forma extremamente vulgar, cheio de juízos de valor, deixando de lado totalmente uma pesquisa histórica séria, tomando como base apenas o senso comum. Para quem gosta de desenhar, é uma boa referência, mas como leitura é desagradável.


3 - Rei Arthur, Allan Massie


Particularmente eu gostei desse livro, mas ele está no rol dos piores do ano por ter sido o que mais demorei a ler, enquanto o lia, comecei e terminei vários outros.

O livro é uma reprodução e atualização da narrativa do sábio medieval, Michael Scott, escrita para seu aluno Frederico II de Hohenstaufen (1114 - 1250), imperador do Sacro Império Romano. Além de contar a história, Scott se permite digressões sobre a veracidade do que é dito por poetas e ataques a outros historiadores. Massie nos entrega, além da saga de Artur, um instantâneo da mente medieval. O conhecimento do autor sobre o período é o grande ponto forte do livro. Entretanto é uma leitura cansativa, mesmo para os acostumados com fontes históricas.  Eu gostei do livro, mas dentre todos os que li, esse fica como indicação para aqueles que estão habituados aos textos historiográficos e aos textos medievais.


4 – O Velho e o Mar, Ernest M Hemingway


Hemingway ganhou o Prêmio Nobel da Literatura em 1954 devido a esse livro, que é um grande clássico, porém eu diria que não foi um dos melhores do ano.

É uma história triste, melancólica, que faz pensar nas agruras da vida e traz o sentimento de que não importa o quanto você lute para pescar seu grande peixe, sempre haverá tubarões para o roubarem. A história, de um velho pescador, que convive com a solidão do alto-mar, com seus sonhos e pensamentos, sua luta pela sobrevivência e sua inabalável confiança na vida, pode ser uma grande metáfora para a desilusão que Hemingway sentia perante a vida e a humanidade. Lembremos que o autor cometeu suicídio, tamanha era sua depressão.


5 – Os sofrimentos do jovem Werther, Johann Wolfgang Von Goethe


Esse é outro livro que está na listagem dos piores não por ter desgostado dele, mas por ter detestado sobremaneira do personagem principal, o jovem e chato Werther!

Goethe é maravilhoso, não apenas por ser um clássico, há muitos autores considerados clássicos que são chatíssimos. Mas Goethe consegue retratar com maestria o íntimo do ser humano, sua genialidade é tamanha que conseguiu fazer com que eu odiasse o Werther quase como se o conhecesse de fato.

Nenhum comentário: