quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Retrospectiva Literária 2013 - parte final

colaboração da leitora e adm Pri Fernandes



Literariamente falando, meu ano não foi muito produtivo, mas pelo menos consegui cumprir minha meta de ao menos um livro ao mês, graças ao grupo Skoob Curitiba.

Os livros que li em 2013, não exatamente nesta ordem, foram:
A Esperança, Suzanne Collins
Carrie, Stephen King
A incrível e triste história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada, Gabriel Garcia Marquez
Robinson Crusoé, Daniel Defoe
O Concorrente, Richard Bachman (Stephen King)
Irresistivelmente Fatal, Marcio Scheibler
Ameaça Mortal, James Patterson
O médico e o monstro, Robert Louis Stevenson
Silêncio dos Inocentes, Thomas Harris
Vantagens de ser invisível, Stephen Chbosky
Revolução dos Bichos, George Orwel
Charlotte Street, Danny Wallace
Entrevista com o vampiro, Anne Rice
A menina que não sabia ler, John Harding
Grande Gatsby, Scott Fitzgerald
Cadê você, Bernadette?, Maria Semple
O velho e o mar, Ernest Hemingway

Comecei em 2013, mas ainda não concluí a leitura:
Mil e Uma noites v. 1
Barba ensopada de sangue, Daniel Galera
Deixa ela entrar, John Ajvide Lindqvist

Abandonei, mas pretendo retornar
Precisamos falar sobre o Kevin, Lionel Shriver

TOP Melhores

Para mim, escolher o top melhores foi o mais difícil, pois de todos os livros que li, apenas um caiu na graça de receber 5 estrelas.
Assim como muitos outros leitores, Vantagens de ser invisível me encantou do início ao fim. Acredito que o escritor realmente queria que nos sentíssemos como o destinatário das cartas de Charlie. E devo dizer que ele conseguiu. A empatia que senti por Charlie foi incrível, senti todas as angústias, conflitos, tristeza e dúvidas que ele sentiu. E olha que já faz um tempinho que passei dos 16 anos, mas quem nunca viveu esses dramas adolescentes não sabe o que é ter sido adolescente. Vantagens... é um livro maravilhoso e  a leitura é fluida e compensa muito! Definitivamente, se você tem tempo, é um livro que se lê em uma sentada...
Contudo, queria poder dizer isso dos outros 15 livros lidos por mim. Para não se injusta, ainda cito três livros no meu top [quase] melhores:

A menina que não sabia ler, John Harding

O casal de irmãos Florence e Gilles (título original), após perder os pais, passa a morar sob guarda do tio ausente numa mansão em algum lugar de Nova Inglaterra, no ano de 1891. O tio das crianças possui uma política muito rígida com a educação da jovem Florence: mantê-la longe de qualquer tipo de letramento. Contudo, a menina de apenas 12 anos, muito inteligente e com bastante tempo ocioso, aprende a desvendar os mistérios da leitura (entre outras coisas) sozinha.
Podemos perceber a alusão e influência que Poe teve sobre o autor, a história é bem construída e a imaginação e mistérios que envolvem a casa e alguns segredos da família nos deixam presos à leitura. Florence, por ser a narradora de toda sua aventura, conquistou minha empatia, o que fez com que o final ficasse um pouco sombrio e enigmático para mim. Será que tudo não passou de imaginação de Florence? Será que pela empatia construída pela personagem principal não tenha obscurecido minha visão pelos fatos? Ainda estou tentando decifrar esse enigma.

Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald

O romance passa na década de 1920, em Nova York. Fitzgerald retrata nesta obra a vida da alta sociedade, obcecada com poder, fama e dinheiro e todo o status ganho por tudo isso junto. Apesar de notarmos uma crítica da sociedade da época, o autor tenta amenizar com um romance um pouco conturbado de Jay Gatsby e Daisy.
O que mais me agradou nesta leitura foi o fato de o narrador não ser Gatsby ou Daisy, os personagens “centrais” da história, mas sim Nick Carraway. Nick é apresentado como o primo distante de Daisy, mas que acaba se tornando (por conveniência ao meu ver) o melhor amigo de Gatsby. A narrativa é quase onipresente, mas nada imparcial. Nick nos faz sentir pena de Gatsby, sentir todo o amor que ele tem por Daisy e depois toda a dor por toda a indecisão de Daisy. Embora a obra tenha chegado já às telonas em 2013, não quero estragar a visão de ninguém, mas mesmo que você já tenha visto o filme, vale a pena ler. Toda a emoção que Gatsby e, consequentemente, Nick passam é transmitida na leitura.

Cadê você, Bernadette?, Maria Sample

Bernadette Fox recebe alguns títulos durante este obra. Casada com um nerd e guru tecnológico da Microsoft, com uma filha adorável e inteligentíssima, Bernadette tem tudo para ser uma mulher feliz. Contudo, ela é uma esquisitona aos olhares de toda a sociedade elitizada de um bairro de Seattle. Para o marido ela é apenas mal compreendida, mas é notável; para a filha, é a melhor mãe; para profissionais de arquitetura e design, ela é um gênio. Todas essas expectativas ou críticas em torno de Bernadette fazem com que ela surte e suma.
Bem, primeiramente não esperava muito do livro. Achava ser algo para passar na sala de espera do dentista, mas aos poucos eu fui ficando cada vez mais curiosa para saber mais a respeito de Bernadette. A narrativa é leve, justamente por não contar com um narrador em específico. Há trocas de e-mails, correspondências, mensagens, alguns diálogos, a visão de Bee (filha de Bernadette), a visão do marido e também da vizinha que a odeia. Algumas horas eu entendia perfeitamente os sentimentos da personagem, outras, eu queria socar o livro. Mas é uma leitura leve, divertida e que sim, dá para passar na sala de espera do dentista e em muitos outros lugares. Quando você começa a ler, não quer parar.

TOP Piores
Sempre gostei de romance policial, aliás, meu início na literatura se deu com Agatha Christie, mas de repente eu parei de ler esse estilo e parti para outros gêneros. Este ano resolvi voltar à ativa, arrisquei e me dei mal. Os dois livros escolhidos como meus piores são justamente do mesmo gênero, o policial.

Irresistivelmente Fatal, Marcio Scheibler

Um jovem rico, boa pinta e com fama de mulherengo é encontrado morto dentro de sua própria casa pelo seu melhor amigo, Rodrigo. Ao encontrar o corpo sem um braço na cama, Rodrigo chama seu tio, Otávio Medeiros para investigar este caso. Por que alguém iria matar esse jovem? E quem seria o assassino?
Esta obra é de um escritor brasileiro, ainda em início de carreira. Não desmerecendo, o escritor tem potencial, mas ele pecou com algumas falhas na história e clichês. Percebe-se a influência e tentativa de homenagear a mestre do crime: Agatha Christie, mas o autor não foi feliz. A história possui muitas lacuna, falta amarração e alguns acontecimentos me deixaram questionando se de fato isso pode acontecer na polícia: uma pessoa normal acompanhar o caso junto ao detetive apenas por ser amigo da vítima! Aliás, o desfecho lembra muito o filme “Enigma da Pirâmide”.

Ameaça Mortal, James Patterson

Os dois filhos do Presidente dos Estados Unidos são sequestrados sob o nariz do serviço secreto dentro de um dos melhores colégios de Washington... e Alex Cross é chamado para participar das investigações! Há ainda um evento paralelo de uma ameaça terrorista de um grupo com base no Oriente Médio...
Como eu ganhei esse livro em uma promoção (não lembro se foi no Facebook ou Twitter) eu pensei: já que está aqui, por que não ler? Eis que ia folheando as páginas e pensando: onde já vi essa história??? Ah é, em milhares de filmes sobre atentado terroristas aos EUA!!! Eu desvendei o culpado muito antes de todos os detetives envolvidos. Foi o primeiro livro que li de James Patterson e não sei se pretendo ler outros. Achei mega clichê por ser um best-seller, decepção das grandes.

Um comentário:

Tathyana Zimmermann Fernandes disse...

Pri

Adorei seu comentário sobre o Menina que não sabia ler. Realmente o final foi sombrio e estranhamente maligno. Imaginação, delírios de uma mente ociosa ou realidade?
Seu comentário me fez relembrar de H.P. Lovecraft, cujos contos são exatamente assim, não deixando margem certezas, ou deixando exatamente margem, para a imaginação do leitor.
Gostei da sua lista.